Entrevista
com D. Helder Câmara
Introdução:
Apresentamos o texto que traduzimos, na década de 80, e que trata de temas
ainda de interesse das pessoas, além de ser mais um testemunho histórico da
atuação deste polêmico membro do clero.
Os endereços apresentados no final
do texto foram mantidos por questão de fidelidade ao original. O primeiro se
refere ao ICBA do Rio de Janeiro, onde conquistamos o “Pequeno Diploma da Língua
Alemã, com sua exuberante biblioteca. O segundo foi uma biblioteca da Paróquia
N. S. da Piedade, que ajudamos a reerguer, mas que foi desativada pelo então
pároco e membro do clero, Pe. João Sales.
A pertinência do texto pode ser
comprovada até pelas desculpas do atual Papa pelos casos de pedofilia de
membros do clero, divulgadas amplamente nos principais noticiários televisados
do dia 11/04/14. A expressão do Papa referindo-se a “alguns” membros do clero é
muito branda e tende a minimizar as ocorrências, que no maior país católico do
mundo, o Brasil, a coisa é avassaladora, mesmo com o poder do clero de “abafar”
os casos. No caso do Estado de Alagoas, houve um episódio na cidade de
Arapiraca, que segundo um senhor bem informado da cidade de Penedo, causou uma
mudança histórica no mundo, pois teve alcance no alto escalão do Vaticano. Até
na nossa humilde comunidade S. Antônio do Jacintinho, Maceió/AL, atual Paróquia
Imaculada Conceição, foi amplamente divulgado na imprensa local um caso
rumoroso de pedofilia. A apuração da verdade foi inexoravelmente “abortada”, ao
contrário do que ocorreu em Arapiraca, pois os implicados conseguiram gravar as
cenas e distribuir os DVDs por toda a cidade.
Esperamos que o leitor aproveite o
que se pode chamar de algumas das profecias do D. Helder Câmara.
Maceió, 13/04/14, Francisco José e Clara
Dick Peixoto
ENTREVISTA DE D. HELDER CÂMARA À REVISTA ALEMÃ SPIEGEL
(02/11/81)
1
– Foto: D. Helder em Zurique, com os redatores Bernhard Müller Hölsebuch e
Walter Tauber.
2
– Texto ao pé da foto: “Quando se sonha em conjunto, já é o começo da realidade”.
3
– Título: “A maior culpa é das multinacionais”.
O Bispo brasileiro Helder Câmara
sobre a miséria no terceiro mundo e a oposição pacífica.
4
– SPIEGEL: Há 50 anos que o senhor é sacerdote, há 20 conhecido mundialmente
como interlocutor dos pobres do Brasil e do terceiro mundo. O senhor não se
desespera por vezes, que nada praticamente nada melhorou para os pobres?
CÂMARA: De modo nenhum, realmente, a
situação é terrível. No ano passado, 50 milhões de pessoas morreram de fome.
Mas existe um lampejo de esperança. Tanto no meu País como também nos vossos
ricos e industrializados países, percebo esse sinal de esperança.
5
– SPIEGEL: Em Cancún realizou-se há pouco o diálogo Norte-Sul entre os países
industrializados e os países em desenvolvimento, com a participação de 22
chefes de Estado. É isso um sinal de esperança?
CÂMARA: A idéia do diálogo Norte-Sul
me agrada. Mas no momento esse diálogo é impossível, porque somente os
representantes dos ricos dos nossos países conversam com os representantes dos
países do Norte. Somente quando os representantes verdadeiros e característicos
dos povos do Sul tomarem parte no diálogo, acreditarei nesse diálogo.
6
– SPIEGEL: Em vez do diálogo Norte-Sul o senhor sugere no seu novo livro
“Hoffen wider alle Hoffnung” um diálogo Sul-Sul. Mas que efeito teria? Os
pobres não tem nada para repartir entre si?
CÂMARA: Meu Deus, deve-se crer na
força desses povos, o que eu chamo de pressão moral libertadora. Nós somos uma
multidão enorme e podemos conseguir alguma coisa. Nós fizemos a descoberta no
Brasil, que não devemos trabalhar para o povo, mas com o povo. Aqueles que
simplesmente trabalham para o povo, dizem: “Nós somos os mais fortes,
realizadores, nós sabemos tudo”. Mas se a gente trabalha com o povo, a gente
tem confiança no povo. E eu digo aos senhores: Também pessoas que não sabem ler
nem escrever, podem no entanto pensar, arquitetar planos e atuar
comunitariamente.
7
– SPIEGEL: Então o senhor recomenda aos pobres e oprimidos nos países em
desenvolvimento, uma ajuda mútua comunitária mais intensa?
Câmara: Sim. Além do mais acredito:
o Senhor, o qual ouviu o grito do Seu povo no Egito, não deixará de ouvir agora
ao grito de 2/3 da humanidade. E mais um motivo me deixa ter esperança: nos
vossos países existem 1700 grupos, os quais praticam a não violência ativa.
Eles proporcionam a conscientização das pessoas de boa vontade, das quais pode
vir muito mais do que se acredita.
8
– SPIEGEL: Pequenos grupos, que se declaram solidários com os povos dos países
em desenvolvimento e que defendem a justiça social, sempre existiram. Pouco
eles tem conseguido até agora.
Câmara: Mas alguma coisa já mudou.
Por exemplo, inúmeros católicos, protestantes ou uniões ecumênicas denunciam a
corrida armamentista, a fome e as multinacionais.
9
– SPIEGEL: Apenas denunciar não ajuda muito.
Câmara: Mas não fica somente nisso.
Na Inglaterra, na Alemanha e na Suíça, encontrei jovens que compraram ações de
multinacionais. Eles enviaram cartas a outros acionistas, nas quais eles
escrevem: “Os senhores não querem certamente ganhar dinheiro às custas da
opressão de pessoas. Venham à reunião geral, então os senhores verão, em face
dos documentos que apresentamos, que não podemos de modo algum receber o lucro
que nos oferecem”. Os diretores das empresas ficaram furiosos, mudaram os
regulamentos para acesso à reunião geral, de maneira que somente os grandes
acionistas possam participar.
10
– SPIEGEL: Então um revés para o opositor das multinacionais?
Câmara: Pois bem, um círculo maior
tornou-se consciente do problema. Nos Estados Unidos existem agora organizações
ecumênicas, que investem dinheiro em multinacionais para poder ter influência
dentro delas. Eles exigem informações corretas sobre a origem dos lucros. E eu
repito: as estruturas são opressoras, mas algo se movimenta.
11
– SPIEGEL: O senhor disse uma vez que o capitalismo é tão ruim quanto o
comunismo. Porém o capitalismo tem sempre conseguido algumas realizações no
campo econômico.
Câmara: Mas somente um pequeno grupo
se beneficia de tudo. No Brasil essa minoria corresponde a no máximo 10% da
população. A mesma relação vale para todo o terceiro mundo.
12
– SPIEGEL: Quem é culpado do desenvolvimento desequilibrado?
Câmara: É difícil falar da culpa de
uma pessoa só. Eu estou cada vez mais convencido que não existem somente
pecados individuais, os quais exigem arrependimento e conversão, mas existem
também os pecados sociais. Se nós sabemos que 2/3 da humanidade vive em
condições sub-humanas,então tudo tem a ver conosco. Mas se os senhores querem
saber mesmo: eu acredito que as firmas multinacionais são as principais
responsáveis. Elas são os verdadeiros senhores do mundo.
13
– SPIEGEL: De que o senhor as acusa?
Câmara: De que eles sob o disfarce
de ajudarem, exploram. Conforme se diz, as multinacionais trazem nova tecnologia,
dólares, dão emprego. Mas elas causam enormes dívidas externas, subvertem o
nosso modo tradicional de vida. Por exemplo: um dia se fez muita propaganda de
soja. Todos falavam de soja, soja, soja. Dizia-se: o feijão de vocês não vale
nada, vocês precisam de proteína. Eles vieram com máquinas enormes, expulsaram
os camponeses e implantaram campos de soja gigantes. Mas a colheita não foi
para o povo, foi para os supermercados espalhados pelo mundo.
14
– SPIEGEL: Devem as multinacionais talvez colocar os seus empregados na rua,
como queria obviamente o cardeal Arns, quando ele disse que o Brasil podia
viver sem as multinacionais?
Câmara: Não se trata apenas das
indústrias estrangeiras. A classe dominante se une às multinacionais. Daí vem
em parte a sua força. As multinacionais se unem aos regimes militares na
América Latina, aos meios de comunicação de massa, às universidades. Elas
utilizam o grande incentivo e trabalham juntas com serviços secretos.
15
– SPIEGEL: Não é muito simples colocar toda a culpa da miséria no capitalismo e
no imperialismo?
Câmara: Sugeriu-se, por exemplo,
fazer do Brasil um grande produtor agrícola. O mundo passa fome,nos disseram.
Hoje os alimentos são comparados às armas e ao petróleo, como produto estratégico.
Assim utilizam-se extensas regiões, e os camponeses são expulsos.
16
– SPIEGEL: Os que são expulsos vão para as cidades...
Câmara: Sim eles esperam bom
trabalho assalariado, casa, escola e assistência médica. Mas a procura é
inútil. Eles encontram no máximo um pequeno pedaço de chão, que devido à
especulação imobiliária ainda não foi utilizado, e quando eles ocupam um desses
terrenos, são mais uma vez expulsos.
17
– SPIEGEL: Como o senhor acha que esse povo deve se defender?
Câmara: Não com armas, mesmo se
forem provocados. O ovo se mantém unido contra a violência, com mulheres e
crianças. As pessoas ficam ali, de mãos dadas, fazendo uma muralha, cantam. E
eu garanto aos senhores: Jesus está com eles. Isto é uma força que obriga os
governos e as multinacionais a mudarem de comportamento.
18
– SPIEGEL: O senhor leva o nome de “padre vermelho” talvez com razão?
Câmara: Não, não, não. Quando a
Igreja através de séculos esteve ao lado dos poderosos, nunca foi acusada de
fazer política. Mas agora que nos colocamos ao lado dos pobres, vem-se com a
censura, que nós somos comunistas. Nós não podemos apoiar a ordem social
tradicional. Comunismo? Capitalismo? Vejam os senhores, a Igreja tem
dificuldades com ambos os sistemas.
19
– SPIEGEL: Que há então de mal no comunismo?
Câmara: Eu não posso sair de um
capitalismo desumano e entrar num comunismo desumano. A coisa é assim: durante
a guerra de libertação vem o partido para ajudar o povo. Mas um dia após a
vitória o partido mantém o poser isoladamente. A partir daí ele consegue freqüentemente
um progresso material, mas oprime a liberdade de opinião e de religião. É uma
prova de inteligência e de brutalidade, que os comunistas impinjam a descrença
num povo crente como o russo. Os senhores verão, que o povo russo, o qual é
muito místico, não se submeterá para sempre a um partido basicamente
anti-russo.
20
– SPIEGEL: Ambos os sistemas são aos olhos do senhor igualmente ruins?
Câmara: Sim. Nós temos dificuldades
com os países capitalistas quando se trata do cumprimento dos direitos humanos.
Mas nos países comunistas é ainda pior, lá não se pode nem pensar. Nós queremos
criar novas estruturas, com justiça social. Eu imagino que a juventude atual
alcançará tudo isso.
21
– SPIEGEL: Isso não é abundantemente utópico?
Câmara: Um mundo sem utopia seria
realmente triste. Eu repito sempre a bonita canção brasileira: “Quando se sonha
sozinho, é somente um sonho – mas quando se sonha em conjunto, é o começo da
realidade”. Os jovens virão para criar um sistema humano, no qual não mais o
egoísmo de um pequeno grupo domine. Mas não se trata só de melhoramento
material, precisa haver um lugar para a liberdade, para a fé, para o amor e a
esperança.
22
– SPIEGEL: Já na conferência dos bispos em Medellin (1968) e Puebla (1979) foi
exigida uma mudança da sociedade. Como deve ser a nova sociedade, e como
sedeseja atingir os objetivos almejados?
Câmara: Não é minha tarefa como
bispo sugerir soluções técnicas detalhadas. Eu sou antes especialista em
questões humanas. Nós da igreja devemos fazer exigências cristãs – e isto
significa humanas e éticas – para a ordem política. Mas não queremos criar
nenhum novo Estado teocrático. Deus criou os homens para que estes continuassem
a obra da criação, Ele nos deu para isso uma parte de sua própria inteligência
e capacidade criadora.
23
– SPIEGEL: Desde Medellin a Igreja censura a “violência institucional” e a
“ideologia da segurança nacional”. Elas parecem ser inimigas dos teólogos da
libertação. O senhor poderia esclarecer o que elas significam?
Câmara: Quando se coloca a segurança
nacional como valor supremo, então é para nós endeusamento. Existe somente um
valor supremo – Deus. A segurança nacional como valor supremo significa: tudo
que a garanta é permitido. Também seqüestro, tortura, morte. Se alguém mata
outro, isso é normalmente um crime. Mas se é em nome da segurança nacional,
torna-se lei.
24
– SPIEGEL: A mudança, a luta contra essa violência institucionalizada precisa,
como o senhor diz, ser não-violenta. O senhor considera possível, realizar
mudanças reais na América Latina, sem violência?
Câmara: Oh sim, nós fazemos essa
experiência, quando se trabalha com o povo. As pessoas não se deixam provocar
pela violência. Seria muito mais fácil reagir violentamente a oferecer uma
resistência passiva.
25
– SPIEGEL: O bispo brasileiro Ivo Lorscheider declarou entretanto, que a
violência é necessária em casos extremos. Também o arcebispo Oscar Romero, de
São Salvador, que foi assassinado por extremistas de direita, ajudou a
guerrilha. O padre colombiano Camilo Torres pegou até mesmo em armas e morreu
lutando.
Câmara: Eu respeito a todos os que
agem segundo a sua consciência. E eu tenho o mártir Romero em alta Conta. Uma
Igreja perseguida é melhor que uma conivente. Porém, movimentos de libertação
que usam violência, tornam-se facilmente dependentes do apoio de grandes
potências. Eu não conheço uma grande potência que ajude e depois se retire.
Elas ficam, segundo se diz, para garantir a vitória. Ha, ha, ha...o que parece
uma libertação, é na realidade uma troca de dominadores.
26
– SPIEGEL: O senhor reclama resistência passiva ou “não-violência ativa”, como
o senhor assim a designa?
Câmara: Sim, a não-violência ativa
exige mais força interior que a violência. Eu digo às pessoas nas favelas: a
vossa arma é vossa unidade. Outros virão para vos ajudar contra os
especuladores imobiliários, que querem vos expulsar. Vocês não devem responder
às provocações, seria suicídio. Porém façam demonstrações e cantem. E construam
de novo os barracos que foram destruídos. Se as multinacionais e o governo
virem que nós estamos firmes, que nós continuamos, que a Igreja está do lado do
povo, então nós venceremos também.
27
– SPIEGEL: Para isso o senhor se apóia nas assim chamadas comunidades de
base,as quais existem mais no Brasil do que em qualquer outra parte do mundo:
mais de 80.000 com 2 milhões de participantes.
Câmara: São na maioria pequenos
grupos de pessoas, as quais foram expulsas dos seus campos, no interior do
País. O objetivo delas é viverem a fé e os sacramentos em comunidade. Donde o
povo aprende a agir em solidariedade e se defenderem juntos.
28
– SPIEGEL: Não constroem as comunidades de base uma concorrência estranha às
paróquias tradicionais?
Câmara: Não, de modo algum. Elas não
são contra os padres e bispos. Nós dependemos delas. Das comunidades sai uma
nova vitalidade, a qual conduz a Igreja para mais perto do Evangelho.
29
– SPIEGEL: E os católicos ricos, que acham eles disso?
Câmara: Também os ricos começam a
ver que este mundo está desumano. Um rico mesmo precisa hoje de um policial
para proteção dos filhos, um segundo para a esposa e um terceiro para si mesmo.
Isso se torna insuportável. Existem naturalmente alguns, os quais simplesmente
são tão ricos ...
30
– SPIEGEL: E estes são contra as comunidades?
Câmara: Sim, mas mesmo do ambiente
deles existem homens de boa vontade.
31
– SPIEGEL: Em que consiste então a comunidade, em sua ação social?
Câmara: Elas estimulam a auto-ajuda
entre os pobres. Freqüentemente o governo tem projetos faraônicos, como para a
eletricidade. Barragens são construídas, sem perguntar às pessoas, cujas terras
são inundadas pela barragem. Por isso nós marchamos com centenas de pessoas
para o governo e dizemos: Se vocês precisam de energia elétrica, tudo bem, mas
respeitem também essa energia humana aqui, pois todos são filhos de Deus. Nós
procuramos incentivar tais ações.
32
– SPIEGEL: Mas há tempo que nem todas as comunidades de base são socialmente
ativas. Algumas são antes expressão da religiosidade popular, limitam-se a
orações e procissões.
Câmara: Nada de ser contra
procissões. Pensem os senhores na procissão do calvário: Cristo carrega sua
cruz no monte do calvário e cai três vezes. Então Ele encontra Sua mãe. Neste
local faz-se uma oração – a qual eu faço com muito gosto. Então eu digo: “O que
interessa em Cristo é a paixão. Mas hoje são vocês os oprimidos, vocês são
Cristo, e vocês carregam as pesadas cruzes”. Eu gosto muito da religiosidade
popular, quando ela é corretamente entendida.
33
– SPIEGEL: Muitos colaboradores das comunidades de base, como o teólogo
Clodovis Boff, dizem que hierarquia da Igreja, até mesmo o papado, precisa ser
questionado. As comunidades querem abolir o Papa?
Câmara: Quem exigetal coisa,
prejudica o povo da Igreja. Certo que há problemas com a cúria romana, e o Papa
tem lá também as suas dificuldades. Eu também sei, quando eu levei algumas
sugestões ao João XXIII, ele disse: “Precisa-se fazer isso eaquilo, mas
infelizmente não posso fazê-lo”. Eu sempre pensei, que acima do Papa havia
somente Deus. Mas o Papa João XIII me disse: “Oh não, eu sou controlado aqui
por oito pessoas.
34
–SPIEGEL: O senhor entende as comunidades de base também como modelo para uma
política democrática?
Câmara: Primeiramente são as
comunidades de base a nossa maneira de viver a fé cristã. Mas pode surgir
engajamento político – assim como nós, nos 1700 grupos dos vossos países,
achamos...
35
–SPIEGEL: ...mas eles perseguem vários objetivos.
Câmara: Eu aconselharia a esses
grupos a conservar a sua pluralidade, mas estabelecer 2 ou 3 principais
objetivos, como sejam a luta pela paz e contra as multinacionais. Eu já me
animo a criar uma multinacional do amor e de esperança. Esta seria uma
multinacional maravilhosa.
36
– SPIEGEL: Dom Helder, nós lhe agradecemos por essa entrevista.
Nota: Os originais em alemão podem ser
encontrados nos seguintes endereços:
INSTITUTO
BRASIL-ALEMANHA
Av.
Graça Aranha, 416, Rio de Janeiro
BIBLIOTECA
SÃO VICENTE DE PAULO
Rua
Clarimundo de Melo, 222, Peidade, Rio de Janeiro