A palavra repolitica está associada á idéia de se refazer, ou seja, começar tudo de uma outra forma. No caso da politica, o autor da idéia, Francisco Withaker, propõe que os eleitores fiscalizem a Câmara.

Quem sou eu

Minha foto
Francisco José Lins Peixoto Contatos: (82)3356-1509 Sugestões: franjolipeixoto@hotmail.com Organizei e toquei violão em um grupo de crianças da igreja católica, juntamente com minha esposa, Clara Maria Dick Peixoto. Ela cantou no grupo e era membro de um grupo de liturgia da Arquidiocese de Maceió. Leio, escrevo e falo inglês, e alemão.

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Se os tubarões fossem homens - de Bertold Brecht

SE OS TUBARÕES FOSSEM HOMENS – Bertolt Brecht
Tradução de Clara e Francisco
“Se os tubarões fossem homens”, perguntou certa vez uma garotinha, filha de sua hóspede, a Bertolt Brecht: seriam eles mais bondosos com os peixes pequenos?” “Certamente”, disse ele. “Se os tubarões fossem humanos”, seriam construídas no mar fortes gaiolas para abrigarem os peixes pequenos, com toda espécie de alimentos dentro, tanto vegetais como animais. Eles cuidariam para que sempre houvesse renovação de água nas gaiolas, assim como todas as medidas sanitárias. Quando, por exemplo, um peixe pequeno tivesse sua barbatana, seria imediatamente feito um curativo, para que não morresse antes da época propícia. Para que os peixes pequenos não ficassem tristes, seriam patrocinadas, de vez em quando, grandes festas aquáticas; pois peixes alegres são muito mais saborosos que peixes tristes.
Haveria também, naturalmente, escolas nas grandes gaiolas. Nessas escolas, os peixes pequenos aprenderiam como se nada na boca dos tubarões. Aos peixes pequenos seria ensinado, por exemplo, geografia, para que pudessem encontrar os tubarões mais preguiçosos onde eles estivessem. O mais importante seria, naturalmente, a formação moral dos peixes pequenos. A eles seria ensinado que o feito maior e mais belo seria quando um peixe pequeno alegremente se sacrificasse, e todos eles deviam acreditar nos tubarões, sobretudo quando fosse dito que eles marcham para um grande futuro. Os peixes pequenos seriam convencidos de que este grandioso futuro somente estaria garantido se eles obedientemente aprendessem. Os peixes pequenos deviam se guardar de todas as tendências baixas, materialistas, egoístas e marxistas, e imediatamente avisassem aos tubarões se algum dentre eles tais tendências aparentasse.
Se os tubarões fossem humanos, haveria, naturalmente, guerra entre eles, com o fim de conquistar gaiolas inimigas e peixes pequenos de outros domínios. Nas guerras, seriam empregados os próprios peixes pequenos. Os tubarões ensinariam aos peixes pequenos que entre eles e os peixes pequenos de outros tubarões, havia uma grande diferença. Aos peixes pequenos seria anunciado que eles seriam reconhecidamente mudos, mas que silenciariam em diferentes línguas e não poderiam portanto se comunicar. Todo peixe pequeno que,na guerra, matasse outros peixes mudos de outras línguas inimigas, receberia a ordem das algas e seria condecorado como herói.
Se os tubarões fossem humanos, haveria também entre eles uma arte. Haveria lindos quadros com dentes de tubarões em cores magníficas, suas gargantas como lugar agradável onde pode-se locomover prazerosamente. O teatro do mar mostraria como peixes pequenos corajosos nadam, cheios de entusiasmo, para dentro da boca do tubarão; e a música seria tão emocionante, que os peixes pequenos, no seu ritmo, cheios de sonhos, marchariam garganta a dentro embebidos nos mais confortantes pensamentos.
Haveria também uma religião. Seria ensinado que, uma vez dentro da barriga do tubarão, os peixes pequenos começariam a viver corretamente. De resto, não seria mais admitido, se os tubarões fossem homens, que os peixes pequenos, como é atualmente, sejam iguais. Alguns dentre eles seriam chefes e comandariam os outros. Os que fossem um pouco maior deveriam comer os menores. Seria para os tubarões simplesmente compensador, que eles tivessem mais freqüentemente algo maior para comer. E os chefes se encarregariam de manter a ordem, ensinar, executar os cálculos e projetos necessários à construção das gaiolas, etc...
Resumindo, haveria pelo menos uma cultura no mar, se os tubarões fossem humanos...


Bertolt Brecht, Wenn die Haifische Menschen wären

"Wenn die Haifische Menschen wären, fragte Herrn K. die kleine Tochter seiner Wirtin, "wären sie dann netter zu den kleinen Fischen?"
"Sicher", sagte er. "Wenn die Haifische Menschen wären, würden sie im Meer für die kleinen Fische gewaltige Kästen bauen lassen, mit allerhand Nahrung drin, sowohl Pflanzen als auch Tierzeug. Sie würden dafür sorgen, dass die Kästen immer frisches Wasser hätten, und sie würden überhaupt allerhand sanitärische Maßnahmen treffen, wenn z.B. ein Fischlein sich die Flosse verletztenwürde, dann würde ihm sogleich ein Verband gemacht, damit es den Haifischen nicht wegstürbe vor der Zeit.
Damit die Fischlein nicht trübsinnig würde, gäbe es ab und zu große Wasserfeste; denn lustige Fischlein schmecken besser als trübsinnige.
Es gäbe natürlich auch Schulen in den großen Kästen. In diesen Schulen würden die Fischlein lernen, wie man in den Rachen der Haifische schwimmt. Sie würden z.B. Geographie brauchen, damit sie die großen Haifische, die faul irgendwo rumliegen, finden könnten. Die Hauptsache wäre natürlich die moralische Ausbildung der Fischlein. Sie würden unterrichtet werden, dass es das Größte und Schönste sei, wenn ein Fischlein sich freiwillig aufopfert, und sie alle an die Haifische glauben müßten, vor allem, wenn sie sagten, sie würden für eine schöne Zukunft sorgen. Man würde den Fischlein beibringen, dass diese Zukunft nur gesichert sei, wenn sie Gehorsam lernten. Vor allen niedrigen, materialistischen, egoistischen und marxistischen Neigungen müßten sich die Fischlein hüten, und es sofort melden, wenn eines von ihnen solche Neigungen verriete.
Wenn die Haifische Menschen wären, würden sie natürlich auch untereinander Kriege führen, um fremde Fischkästen und fremde Fischlein zu erobern. Die Kriege würden sie von ihren eigenen Fischlein führen lassen. Sie würden die Fischlein lehren, dass zwischen ihnen und den Fischlein der anderen Haifische ein riesiger Unterschied bestehe. Die Fischlein, würden sie verkünden, bekanntlich stumm, aber sie schweigen in ganz verschiedenen Sprachen und könnten einander daher unmöglich verstehen.Jedem Fischlein, das im Krieg ein paar andere Fischlein, feindliche, in anderer Sprache schweigende Fischlein, tötete, würden sie Orden aus Seetang anheften und den Titel Held verleihen.
Wenn die Haifische Menschen wären, gäbe es bei ihnen natürlich auch eine Kunst. Es gäbe schöne Bilder, auf denen die Zähne der Haifische in prächtigen Farben, ihre Rachen als reine Lustgärten, in denen es sich prächtig tummeln läßt, dargestellt wären.
Die Theater auf dem Meeresgrund würden zeigen, wie heldenmütige Fischlein begeistert in die Haifischrachen schwimmen, und die Musik wäre so schön, dass die Fischlein unter ihren Klängen, die Kapelle voran, träumerisch, und in die allerangenehmsten Gedanken eingelullt, in die Haifischrachen strömten.
Auch eine Religion gäbe es ja, wenn die Haifische Menschen wären. Sie würde lehren, dass die Fischlein erst im Bauche der Haifische richtig zu leben begännen.
Übrigens würde es auch aufhören, dass alle Fischlein, wie es jetzt ist, gleich sind. Einige von ihnen würden Ämter bekommen und über die anderen gesetzt werden. Die ein wenig größeren dürften sogar die kleineren fressen. Dies wäre für die Haifische nur angenehm, da sie dann selber öfter größere Brocken zu fressen bekämen. Und die größeren, Posten innehabenden Fischlein würden für die Ordnung unter den Fischlein sorgen, Lehrer, Offiziere, Ingenieure im Kastenbau werden.
Kurz, es gäbe erst eine Kultur im Meer, wenn die Haifische Menschen wären."

MEMORIAL DE EPHIGÊNIO PEIXOTO – Centro Cultural, Ecológico e Religioso – Rua do Arame, 120, Jacintinho
MÚSICA - @@ - CIDADANIA - @@ - INGLÊS - @@ - POLÍTICA - @@ - RELIGIÃO

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Avaliação das Missas da Paz

AVALIAÇÃO das Missas da Paz



Apresentamos uma ata resumida do que ocorreu nas missas de 26/06, 31/07 e 28/08/08, embora já tenham sido divulgados os DVDs completos das missas de 26/06 e 31/07/08.
Os clipes da missa de 28/08/08 mostraram alguns indícios de insatisfação com a repetitividade desse tipo de evento, sem que se vislumbre alguma saída para tratar os males já abundantemente denunciados.
Vamos então iniciar algum tipo de avaliação, por mais modesta que seja, tentando abranger alguns desses pontos:

1) A Fátima Santiago sugere que se faça uma avaliação se vale a pena todo esse sacrifício de vir para essas reuniões. Nós devemos compreender que não é papel do Clero organizar ações que digam respeito às coisas do mundo, pois está escrito: "Meu reino não é deste mundo..." Assim cabe aos Leigos tomar a iniciativa. A omissão dos Leigos é que é gritante, conforme denunciada pelo senhor de camisa azul, na missa de 28/08/08: " O que podemos fazer por Alagoas? ...Quem risca as paredes das escolas são nossos filhos... Chega de reivindicações, reivindicações, reivindicações!"

2) Quando a irmã Ana, da paróquia S. José do Trapiche da Barra foi agredida num assalto à Casa Paroquial, sugerimos que houvesse uma interligação entre a Arquidiocese (Missa da Paz) e as paróquias, através de, por exemplo, uma PASTORAL POLÍTICA, e que a reunião, após à missa, fosse com a presença de todos. Denunciamos também que sequer o aviso da Missa da Paz era dado pela maioria dos párocos. Mas isso não impediria que os Leigos se interessassem por isso, divulgando com todo ardor o nosso evento.

3) Observem o que disse o Dep. Manoel Santana na reunião de 31/07/08. Pois bem, ao contrário do que afirmou na reunião, não mais apareceu. Do mesmo modo vem ocorrendo com as "lideranças", tão bem referidas pelo Arcebispo na ocasião em que sugerimos a reunião para todos, o que fisicamente significaria executá-la no mesmo local em que as peças teatrais foram apresentadas, pois evitaria também a inércia de ter que se deslocar para outro ambiente.

4) Mas não podemos falar no povo participar da reunião sem considerar que os ônibus saem logo após o encerramento da missa, logo o povo não tem opção. Os ônibus geralmente são patrocinados por políticos, o que equivale dizer que as pessoas são "trazidas", e não, convencidas e incentivadas para atuar na reunião. Claro que não cabe ao Clero promover reuniões e debates nas paróquias visando a esse fim, pois as atribuições específicas de evangelização já os sobrecarregam, porém os Leigos podem, até porque são em maior número, e conforme nos diz a encíclica CHRISTIFIDELES LAICI, pág 156, "Trabalhadores da vinha são todos os membros do povo de Deus: os sacerdotes, os religiosos e as religiosas, os fiéis leigos, todos simultaneamente objeto e sujeito da comunhão da Igreja e na participação na sua missão de salvação"

5) Pode-se portanto desconfiar que as lideranças "trazidas", que aparecem nas reuniões, são muito semelhantes às que aparecem nas Sessões Públicas da Câmara, assim como em outros eventos, pois parecem não ter pernas próprias, uma vez que não agem nas suas comunidades em consonância com o que dizem nessas reuniões. Como geralmente são trazidas por forças econômicas e políticas, não é de se esperar que os agentes políticos trouxessem alguém que de alguma forma lhes pudesse causar algum incômodo.

6) Não há incômodo maior do que chamar a atenção para o sofisma das eleições. A CNBB publicou um documento e a Arquidiocese uma cartilha, mas os Leigos não aproveitam para estabelecer uma programação de estudo e debates sobre esses documentos nas paróquias. Numa conversa íntima com D. Valério Breda, bispo de Penedo, portanto membro nato da CNBB, ao insistirmos em que o documento não esclarece a importância dos partidos políticos, com muita razão ele respondeu que não é papel do Clero resolver as contradições e problemas da política, mas os Leigos bem que podiam.

7) Os políticos, por outro lado, tem que cuidar de ser eleitos e reeleitos, cabendo aos outros leigos, "peixes pequenos" no dizer de Bertold Brecht (ver o texto "Se os tubarões fossem homens" no site www.repolitica.blogspot.com, postagem de Outubro de 2008), cuidar de ensinar ao povo como participar da política partidária. Nesse ponto, há uma certa similitude com o paralelo entre Clero e Leigos, uma vez que os chefes políticos não podem se misturar com o que seria útil para os que trabalham com eles no mesmo ideal.


Essas avaliações, assim como as atas resumidas das reuniões, para que você possa se orientar e participar do debate, foram providenciadas por Leigos.